Flor do Amendoim
A primeira vez que me viram disseram: “Do tamanho de um amendoim”. Na verdade eu era bem menor que isso, mas achei engraçado a mamãe e o papai me verem já como amendoim.
Com o tempo, fui crescendo, ficando forte e passei longe de ficar tão pequenininho. Mas ainda me chamavam assim.
Quando descobriram que eu viria menino, mamãe disse que eu era seu “Minduim”, como o Charlie Borwn, do Snoopy. Às vezes a ouço me chamando de “Mindu”, e papai, de “Mindu Theo”. Já tenho até nome composto!
Além do jeito carinhoso que encontraram para me chamar, escolheram o meu nome, e eu soube no exato instante que era ele, assim como meu irmão me dissera ainda no céu.
Senti a mamãe chorar de saudades dele, ouvi atentamente todos os seus medos e fiz de tudo para que ela recebesse sempre as melhores notícias minhas nas ultras. E ouvia o papai dizer: “Esse é o Mindu Theo do papai!”. O que eu podia fazer? Dar pulos dentro da barriga da mamãe, ué!
Eu vim para vida deles para fazê-los ainda mais felizes. E consegui. Tudo o que o Miguel me disse era verdade. Meu quarto não será azul, a mamãe canta pra gente ainda dentro da barriga, e que eu ia receber todo amor do mundo.
Theo, Minduim da mamãe e do papai.
Aracelli Moreira
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