Coração de Leão

Uma autobiografia que envolve Amor e Fé entre mãe e filhos, capaz de mostrar que o Amor incondicional vai além da despedida... E ainda é capaz de recomeçar.

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Ah, sim, eu fiz cesárea!


barrigão

Sou a mãe do Miguel que nasceu em novembro do ano passado de Ce.Sa.Ri.A.Na. Isso mesmo! Tudo bem que foi necessário, já não passava a quantidade adequada de nutrientes pelo cordão umbilical, e meu filho já não estava 100% na barriga. Mas eu faria cesariana, essa já era a minha opção. E aí eu vejo reportagens e pessoas atacando essa escolha. Assim como vejo também aquelas que acham surreal a mulher ter um bebê na banheira. 

Vamos lá. Tenho apenas 30 anos, mas já passei por algumas experiências na minha vida que me mostraram que Ser Mãe não está na escolha do parto, ou no tipo de papinha que você dá ao seu filho.

Eu perdi uma gestação de 6 semanas, antes do Miguel. Não tinha embrião, apenas o saco gestacional. E mesmo a medicina me dizendo que não tinha bebê, eu me senti perdendo um filho que não existia. Seis meses depois engravidei do Miguel que teve o diagnóstico de uma Síndrome de Down e por isso tinha 2 cardiopatias de caso cirúrgico. Se tinha mãe que ao meu lado se preocupava por ter estrias na barriga, ou por não caber em nenhuma roupa, ou até mesmo porque queria uma menina e veio menino, minha preocupação era curtir cada segundo do meu filho dentro de mim. Aqui eu sabia que ele estava seguro. 

E eu fui a grávida mais feliz do mundo.

Tanto fui que não tive nada a gravidez inteira. Nada de enjoo, inchaço, nada! Eu tinha uma pressa pra ser feliz que nada mais tinha espaço. 

Meu filho nasceu e foi direto à UTI. Eu passei as 12 horas deitada e assim que pude levantar, não saí mais do seu lado. Nem voltava para o quarto para tomar os remédios. Era tudo por ele, para ele. Não me sentia no direito de reclamar de nada, porque eu sou adulta e ele só um bebê que era picado toda hora para exames. 

Miguel passou por uma leucemia transitória, pela suspeita de Megacolon e pela cirurgia cardíaca. 

Após duas paradas cardiorrespiratórias ele se foi. 

E eu? Tive que ser a mãe leoa do meu leãozinho. Tive que acordar todos os dias desde então e voltar a viver, por ele. Não tive a chance de amamentar o meu filho, ele usava uma sonda, mas eu estava todos os dias às 7h abrindo o lactário para que ele tivesse meu leite por todo dia. 

Ser Mãe é viver por alguém que você ama além de tudo, até de si mesma. Culpa-se por não ter feito o parto dos sonhos, ou julgar o outro por alguma atitude diferente da sua, É NÃO ENXERGAR O VERDADEIRO SENTIDO DA VIDA.

Minha CICATRIZ é a marca mais linda que tenho no meu corpo porque ela é a prova de que o Miguel esteve aqui dentro de mim.

Aracelli Moreira 

 

Qualquer reprodução deste texto deve seguir com a fonte de autoria: Aracelli Moreira, www.coracaodeleao.com.br

 

 
 

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